terça-feira, 8 de outubro de 2013

Após a derrota da seleção francesa nas semifinais pela equipe do Uruguai, o filósofo Paul Ricoeur convida o historiador François Furet para acompanha-lo a grande final da Copa de 2014, entre Brasil e Uruguai no novo maracanã:

F: Meu caro Paul em pensar que poderíamos neste momento presenciar novamente o embate entre Brasil e França, se nossa seleção não tivesse sido eliminada nas semifinais desta Copa.

P: Em todo caso não deixa de ser um embate recorrente, visto que ambas as seleções já se enfrentaram em 1950. Em relação a nossa seleção não foi dessa vez.

F: Seria um espetáculo muito triste para esta torcida que está tão confiante na vitória e consagração de seu país. O que não difere muito da torcida que em 1950 também almejava assistir a vitória de sua seleção.

P: São outros tempos, a simples recorrência de dados estatísticos não garante necessariamente uma nova vitória uruguaia. Sem contar que o evento presente, conforme Santo Agostinho, logo fará parte do passado e consequentemente depositaremos nossas esperanças em um futuro próximo, no qual quem sabe a nossa seleção francesa retome o triunfo de 1998.

F: Já não sou tão otimista assim em relação a um bicampeonato de nossa seleção em um futuro tão próximo, visto que neste intervalo de tempo desde a última conquista não surgiram novos craques como Zidane, Henry entre outros. Tal fato permite um paralelo em relação ao nosso próprio país, que no passado estava à frente no comando da revolução, cuja transferência revolucionária a União Soviética e posteriormente ao Terceiro Mundo, guardou por muito tempo a esperança de retomada entre as grandes nações.

R: Não seja tão pessimista consigo mesmo, aproveite este grande espetáculo do qual fazemos parte, como torcedores. Tenho grandes expectativas em relação a este jogo, creio que a seleção brasileira seja a favorita perante a seleção uruguaia. Quais suas expectativas em relação a este jogo?

F: Creio que esteja certo, afinal quem triunfar neste embate, poderá enaltecer a sua história as gerações futuras, em um caráter memorialista, assim como, grandes momentos históricos como a batalha de Waterloo ou a morte de Stalin são recontados indefinidamente. Quanto ao jogo, prefiro não dar palpite em relação ao placar, mas quero ver gols, visto que ao relatar futuramente este evento à outra pessoa, de acordo com a história-narrativa, será necessário reconstruir a experiência já vivida no eixo do tempo.

R: Não tem jeito mesmo Furet, sempre tão pragmático mesmo diante deste grande espetáculo não consegue se desvencilhar de suas teorias, das estatísticas e ainda por cima se recusa a sair de cima do muro quanto a sua torcida. Como estamos no meio da torcida brasileira, somente espero que não rompa a sua imparcialidade em favor da seleção uruguaia, até mesmo para que possa de fato ter a oportunidade de contar futuramente esta experiência vivida.

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Rodrigo Leandro de Lima – Noturno – Nº 6838259

Um comentário:

  1. Conseguiu contrapor os autores com clareza, porém abordou muito rápida e sucintamente os conceitos, poderia ter desenvolvido mais! Limitou-se a um Furet pragmático e um Ricoeur mais flexível.

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